Vai construir ou reformar? 5 dicas de ouro para não cair numa armadilha!

Fazer uma obra tem que ser prazeroso para quem contrata porque além de ser um investimento alto, sempre vem cercado de bastante expectativa. Para isso, antes de começar, escolha seu fornecedor com bastante cuidado para evitar prejuízos financeiros e estresse. De forma geral, exija planejamento e gerenciamento e coloque em contrato os valores orçados e o prazo combinado.

Quando realizamos o projeto da Casa 24h, muitas pessoas me perguntaram como conseguimos construir, decorar e entregar uma casa de 45m², com 2 quartos, sala, cozinha e banheiro, em menos de 24 horas. Sempre respondo que planejamento bem feito é metade da garantia do sucesso. Fazendo engenharia bem-feita, empregando ferramentas e técnicas modernas, é possível atender bem o cliente e garantir prazo e orçamento.

Vou te dar dicas do que precisa ser avaliado, exigido e questionado quando for solicitar um orçamento para construir ou reformar. Não aceite qualquer resposta e se não se sentir seguro, procure outro profissional. Seguir em frente sem respostas claras e objetivas, é certeza de prejuízos. Então, fique atento!

1) Desenvolver todos os projetos compatibilizados e detalhados.

Normalmente, ao pensar em projetos, as pessoas só se lembram do arquitetônico, do desenho do projeto final. Mas os projetos de estrutura, elétrica, hidráulica, ar condicionado, luminotécnico e de automação bem detalhados e compatibilizados, são cruciais para que se possa elaborar um orçamento com credibilidade. A compatibilização e detalhamento evitam o retrabalho, que é um dos fatores que resulta no maior aumento de gastos e atrasos em obras, porque antecipa a verificação de possíveis problemas e melhora a tomada de decisão.

Compatibilizar projetos é garantir que eles foram checados em conjunto, para ter certeza que a parte elétrica não se sobrepõe à hidráulica ou que o duto de ar condicionado não está passando num local estrutural impossível de ser executado. Para saber se seus projetos estão bem detalhados, verifique se está tudo minuciosamente especificado. Por exemplo, o projeto arquitetônico traz informações sobre como serão executados os encontros dos forros e das paredes? Se sim, provavelmente seus projetos tem o nível de detalhamento necessário para um bom planejamento e orçamento.

2) Realizar orçamento detalhado de toda a obra e não parcialmente.

A maioria das pessoas recebe orçamentos somente contemplando a construção da obra, sem incluir valores de acabamento. Com isso, elas têm a falsa impressão de que gastarão menos, porque numa obra convencional, utilizando-se materiais de acabamento básicos, esse valor corresponde a 50% do valor da obra acabada, podendo chegar a 75% num caso de uso de materiais mais elaborados e sofisticados.

Dessa forma, para garantir que você vai gastar até o final somente aquilo que está planejando, é imprescindível ter desde o início o detalhamento de todas as etapas da obra, da sondagem do terreno até a entrega das chaves, incluindo todos os acabamentos e com o memorial descritivo de todos os elementos envolvidos em cada uma delas. Tenha certeza de qual será a entrega final do serviço que você está contratando.

3) Elaborar um bom contrato

Um contrato bem elaborado por um bom advogado vai custar em torno de 3 mil reais, mas é um investimento bem feito porque vai te proteger contra possíveis prejuízos muito maiores no futuro. Detalhe de forma clara as responsabilidades de cada parte e inclua cláusulas importantes como multas por atrasos e formas de distrato, caso a prestação de serviço não esteja a contento. Determine que a responsabilidade de contratação da mão de obra deva ser da construtora, do responsável técnico da obra ou do empreiteiro contratado. Cuide para que todos os direitos dos trabalhadores estejam sendo cumpridos, tanto com relação à legislação trabalhista quanto com relação à segurança, porque em eventual caso de processo trabalhista, você é tão responsável quanto o contratante. A diferença é que, estando em contrato que a responsabilidade sobre as contratações não é exclusivamente sua, isso lhe dá maior segurança jurídica. Atrele os seus pagamentos à condição de que a legislação trabalhista esteja sendo cumprida, para diminuir seus riscos.

Outro ponto crucial é anexar a planilha de orçamentos e todos os projetos detalhados, para que sirvam de base para qualquer necessidade de sofisticação ou simplificação posteriores e que possam gerar aditivos contratuais.

Contemplar cláusulas de multa por descumprimento de prazo ou orçamento também são importantes. Multas em torno de 5 a 10% do valor do contrato são razoáveis. Normalmente empresas sérias e que trabalham corretamente já estão acostumadas a esse tipo de cláusulas. Caso seu fornecedor se oponha, questione-o e reflita sobre a resposta que obtiver. Ninguém deveria ter receio de entregar no tempo e no custo que ele mesmo planejou e orçou. Verifique como foram as obras já entregues por esse profissional e não aceite qualquer desculpa ou justificativa. E caso uma das partes não esteja satisfeita com a forma como está sendo conduzido o processo ao longo da execução da obra ou se julgue impossibilitada de dar continuidade ao contrato por qualquer razão, é recomendável incluir cláusulas de distrato, contemplando prazos, que inclusive podem ser amigáveis, mas devem estar claramente descritas no contrato.

4) Limpeza e organização da obra

É fundamental que a obra esteja limpa e organizada e haja espaço adequado para armazenagem e depósito de materiais, garantindo que haja conservação e proteção dos itens, evitando desperdícios e perdas.

A boa prática da engenharia recomenda que todos os colaboradores estejam uniformizados, de forma a identificar a empresa prestadora de serviços. Além disso, é mandatório o uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para zelar pela segurança dos trabalhadores. Os equipamentos de segurança mais básicos e imprescindíveis são capacete, botas e uniformes de manga longa. Mas dependendo do serviço a ser executado, se faz necessário uso de cintos de segurança, luvas, óculos de proteção, protetores auriculares, dentre outros.

Empresas sérias trabalham dessa maneira, seguindo a legislação brasileira de forma responsável. Não menospreze esse item, porque em caso de acidente e posterior ação trabalhista por danos a um colaborador, você como proprietário e contratante tem responsabilidade, podendo também sofrer um processo.

O fornecimento e fiscalização de uso dos EPIs é responsabilidade da empresa e do contratante. Caso haja um problema, a falta de uso de EPI gera agravante com aumento da indenização num processo trabalhista.

5) Reuniões quinzenais para acompanhamento do Planejado x Executado

O profissional que está acompanhando a obra deverá apresentar a você a cada 15 dias todo o levantamento do andamento da obra, o que foi realizado durante o período comparado ao que tinha sido planejado. Na reunião também deverá ser apresentado um relatório de acompanhamento de custos, incluindo as cotações oficiais (com exceção dos casos onde se faz contrato por empreita global) para que seja verificado se os valores gastos estão dentro do que havia sido planejado. Dessa forma, em caso de divergências, isso será observado de forma rápida e você poderá questionar os motivos.

Um ponto importante é que seja estabelecido desde o início que, em caso de necessidade de contratação de qualquer serviço ou compra de materiais que estejam acima do valor planejado, haja uma aprovação sua, mediante apresentação do quanto essa diferença irá impactar o valor final do orçamento inicialmente planejado. Lembre-se que uma mudança aparentemente simples, como uma troca de piso, pode impactar significativamente em serviços posteriores como mão de obra especializada por exemplo. Então, pondere bem toda e qualquer alteração e condicione a contratação sempre à uma aprovação sua.

Se tiver dúvidas sobre esse e outros assuntos, mande seu e-mail para atendimento@ataiengenharia.com.br

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